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História


Semide

Não obstante, certo é que Semide tem uma origem remota pré-nascional.

A villa de Semide, em finais do século XI, encontrava-se já nos bens de D. Anão da estrada, um fidalgo asturiense, Senhor de Góis. Este fidalgo teve como descendência três filhos D. João Anais, de Coimbra, D. Martinho Anaia, cavaleiro nas lutas pela independência, D. Maria Anaia.

Com os bens que possuíam em Semide, os irmãos Anaia resolveram mandar edificar um Mosteiro para os monges da ordem de São Bento, cuja carta de doação, D. Afonso Henriques mandou passar, em 30 de Abril de 1154.

Posteriormente, este Mosteiro passou o convento de freiras para recolher as descendentes de Martim Anaia, pelo que lhe foram acrescentadas novas rendas e a Igreja de São Pedro, na Granja em 1183.

D. Manuel I dava carta de foral a esta Freguesia, a 13 de Janeiro de 1514.

Até 1834, era a Abadessa que, todos os anos, dava solenemente posse as justiças na portaria do Mosteiro.

No campo histórico-cultural, importa referir algumas figuras do passado, que contribuíram para o crescimento e prosperidade da Freguesia referimo-nos a D. Anião e seus filhos, D. João de Anaia e D. Martim de Anaia, cavaleiros na luta pela independência da nacionalidade.

A designação vila para a povoação pode bem remontar a qualquer propriedade rural ou até “villa” rústica aqui existente há muitos séculos.

A “villa” de Semide era já nos finais do século XI propriedade de D. Anião da Estrada.

A vizinhança da «civitas» antecessora da actual Coimbra, alguma arqueologia local ou das imediações e um ou outro topónimo, dão ao lugar possibilidades de um povoamento bastante recuado ou pelo menos anterior à Nacionalidade. De qualquer maneira a história da antiga vila de Semide, que significará, etimologicamente, a flor da farinha, confunde-se com a do Mosteiro, ali localizado.

Constituiu o couto de Semide até ao início do século XIX. Tinha, em 1801, 1 836 habitantes. Aquando da extinção dos coutos passou a sede de concelho, extinto em 1853. Era constituído pelas freguesias de Semide e Rio Vide. Tinha, em 1849, 3 646 habitantes.

 

Rio de Vide

A historia desta antiga  freguesia anda ligada à gafaria de Coimbra. Foi esta leprosaria fundada e construída em execução do testamento de D. Sancho I, de 1210. O nome provirá da existência de um rio (Rio Torto), cujas águas, consideradas curativas, eram bastante procuradas por pessoas doentes (rio de vida), nomeadamente gafos. Anteriormente, em 1201, já Rio de Vide recebera carta de foro ou povoamento, que D. João I confirmou em 1385. O cura da igreja era apresentado pelo vigário de Foz de Arouce, o que indica dependência do Mosteiro de Lorvão.

A freguesia pertenceu, até 1839, ao concelho da Lousã. A partir de 1840 passou a fazer parte do concelho de Semide, entretanto extinto em 1853.. Os casais que a gafaria ai tinha ficavam em Rio de Vide, no Vidual (Viduais) da mesma freguesia, e no lugar das Cortes da freguesia de Semide. Dom Afonso V confirmou por duas vezes os privilégios dos lavradores dos ditos lugares. O cura da igreja era apresentado pelo vigário de Foz de Arouce, o que indica dependência do Mosteiro de Lorvão.

A igreja paroquial tem S. Tiago por titular. A invocação parece-nos estar relacionada com o facto de este ser um caminho utilizado pelos peregrinos que se dirigiam à nortenha Santiago de Compostela. É uma construção modesta, com torre à direita, sobre um arco e passagem. Aqui se conserva um modesto retábulo delineado pelo arquitecto Rodrigo Franco, em 1746. O altar-mor, os dois colaterais e mais dois na nave são modernizados uns, outros feitos de resto de talhas antigas. As esculturas são correntes destacando-se S. Tiago, o padroeiro, no altar-mor, escultura de pedra o séc. XV, vestido de túnica e manto e apóstolo, só com as insígnias de romeiro, a bolsa a tiracolo e o bordão; uma obra de grande qualidade. Existe ainda uma Nossa Senhora com o Menino, do séc. XVII. Um dos sinos tem data de 1784, em cujo castalho gravaram a de 1780; outro está assinado por António Dias de Campos Sorrilha, Cantanhede, e o ano de 1896, vendo-se igualmente na madeira o de 1896.

Na parte alta da povoação existe a capela do Senhora da Agonia, onde se percepcionam alguns elementos da Renascença reempregues. No cume da empena tem uma figura de vulto, a que o povo chama o “santo das abóboras”. 

A freguesia pertenceu, até 1839, ao concelho de Lousã. A partir de 1840 passou a fazer parte do concelho de Semide, entretanto extinto em 1853.

Publicado por: União de Freguesias de Semide e Rio Vide

Última atualização: 04-01-2025

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