Lendas e tradições

DANÇAS E CANTARES: 
Fazem parte da memória dos mais velhos os serões bem passados com Viras e Fados, que se cantavam e dançavam em Maio e Julho, durante o século XIX,
No mesmo século, por altura da Quaresma e no mês de Janeiro, cantavam-se ruas, os Cantares das Almas e os Reis.
Actualmente, são os grupos folclóricos locais que recuperam e divulgam estes costumes do passado.
 
TRAJES CARACTERISTICOS: De acordo com documento antigos desta região, recuperaram-se os trajes de trabalho e de domingar, que ainda se usavam nos inícios do século XX. Actualmente, são os grupos folclóricos locais que recuperam e divulgam esta arte de trajar.
 
JOGOS E BRINQUEDOS TRADICIONAIS:
De acordo com as memórias dos mais velhos, recuperaram-se os jogos do fio, sueca e do saco, que alegravam as festas e os domingos dos habitantes, durante o século XIX. Actualmente estes jogos são recuperados pelas Associações Culturais e Recreativa.
 
AS PULHAS
Reúnem-se os homens casados no ponto mais alto da aldeia e através de um funil, em quadras tudo o que não tinham coragem para dizer durante o ano, Levam tudo, sobretudo metiam-se com as meninas casadoiras e contra as mulheres bisbilhoteiras da aldeia.
 
O Símbolo do Carnaval é um burro, ao anunciarem os casamentos, como dote a parte de um burro. Assim uns ficam com as patas, outros com velhas e assim corre até chegar a parte menos desejadas...
Exemplo:
Á costureirinha Rosa
Damos a pele do Jumento
Para que faça ao Joaquim
Umas ceroulas de aquecimento
Á vaidosa da Vitória
Calhou a branca dentadura
Esperamos que ao João agrade
A sua tão grande formosura.
Avó Rosa (65 anos)
Semide
 
LENDA DA IMAGEM DE PEDRA DO DIVINO SENHOR DA SERRA   
Segundo a lenda, a imagem de pedra do Divino Senhor da Serra pertenceu a Martinho Avô e Maria Guilherme, naturais da freguseia de Ceira. A eles se terá devido a sua colocação no lugar conhecido por Cruz da Serra, próximo do que é hoje Vendas da Serra. Mais tarde, as monjas beneditinas do Mosteiro de Semide tê-la-ão transferido para uma pequena ermida no Alto da Serra. Esta ermida veio a ser destruída pela actual igreja, cuja edificação se iniciou em 1901.
Na Cruz da Serra ou Cruz do Senhor ficou um simples cruzeiro onde os romeiros paravam para recuperar forças e fazer a primeira adoração. 
 
A ORIGEM DO SANTO CRISTO DA SERRA   
A imagem do Santo Cristo da Serra foi obra de um artista secundário, é uma imagem em pedra, sem estilo. Na base estão inscritas duas datas 1704 e 1862 que se supõem ser a primeira  a de uma presumível ampliação da capela primitiva e a segunda a de reparos e pinturas na capela. 
 
Supõe-se que o Santo Cristo deve ter mais meio século do que a ermida. 
Parece ainda que o Santo Cristo da Serra foi propriedade de uma família residente em Ceira que em cumprimento de algum voto, devidos às invasões francesas ( medo do roubo) ou qualquer outro motivo, mandaram fazer um nicho, abrigado, no antigo local denominado Cruz de Longe e hoje conhecido por Cruz da Serra para instalar a imagem. 
 
A fama dos milagres começou a correr pela região e por essa altura os criados do Convento de Semide numa das suas viagens para os lados de Coimbra levaram a imagem para Semide, para as freiras venerarem. As freiras mandaram então fazer um nicho no Senhor da Serra, no sítio do Cruzeiro,  mas vendo que aquele nicho não era condizente com a imagem e que o número de devotos cada dia ia aumentando mandaram construir uma capela, no sítio da actual, para onde foi levada a imagem em 1653. 
 
ORIGEM DO NOME SENHOR DA SERRA  
O nome da povoação Senhor da Serra foi tirado da ermida que existiu antes do povoado e que se supõe datar de 1663. É dado como data de início da povoação o ano de 1678 com uma casa junto à ermida onde vivia um ermitão ou Capelão e uma taberna junto à estrada de Coimbra.